Agrotóxicos e alterações neurocomportamentais: uma revisão de literatura

  • Camila Tomaz Giacomet Mestre em Biociências e Reabilitação do Centro Universitário Metodista-IPA
  • Caroline Rizzi Di Domenico Mestre em Biociências e Reabilitação do Centro Universitário Metodista-IPA. Docente no Centro de Ensino Superior Riograndense- CESURG
  • Marcello Mascarenhas Professor Dr. do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Reabilitação do Centro Universitário Metodista-IPA
Palavras-chave: Agrotóxico, Neurotoxicidade, Depressão, Suicídio

Resumo

Os agrotóxicos são intensamente utilizados pela agropecuária e seu uso indiscriminado tem potencial de contaminar compartimentos ambientais, de expor inúmeras pessoas aos efeitos tóxicos e de representar um fator de risco à saúde. Esses efeitos podem ocorrer na fabricação, na aplicação e no consumo de alimentos. As principais vias de contaminação são dérmica, digestiva e respiratória. Estudos sobre o desempenho neurocomportamental mostraram que a exposição a agrotóxicos está associada a déficits na função cognitiva e psicomotora, e à inibição da acetilcolinesterase (AChE) e dos receptores de ácido gama aminobutírico (GABA), importantes neurotransmissores relacionados à depressão. Diversos estudos evidenciam o aumento da taxa de suicídio em regiões rurais. Alguns estudos também mostraram essa relação ao elevado uso de agrotóxicos utilizados sem os equipamentos de proteção necessários. Com base nessas informações, objetivou-se realizar uma revisão de literatura nas bases de dado PubMed, Scielo, Google Acadêmico e Lilacs, utilizando as palavras-chave agrotóxico, depressão, suicídio e neurotoxicidade. A busca dos artigos ocorreu nas línguas portuguesa e inglesa, abrangendo 12 artigos publicados entre 2000 e 2019. Os achados mostraram uma correlação entre o uso de agrotóxicos, depressão e suicídio nas regiões agrícolas do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, entre outros. Também há relação do uso de agrotóxicos com redução da atividade da AChE e transtornos neurocomportamentais. Portanto, há necessidade de adoção de políticas de saúde que visem a alertar e a orientar os trabalhadores rurais no uso correto desses agrotóxicos.

Publicado
2021-05-18
Como Citar
Tomaz Giacomet, C., Rizzi Di Domenico, C., & Mascarenhas, M. (2021). Agrotóxicos e alterações neurocomportamentais: uma revisão de literatura. Revista Perspectiva, 45(169), 7-19. https://doi.org/10.31512/persp.v.45.n.169.2021.117.p.7-19