Perspectivas no aproveitamento de resíduos agroindustriais ricos em celulose para o desenvolvimento de biopolímeros comestíveis
DOI:
https://doi.org/10.31512/persp.v.47.n.179.2023.337.p.117-132Palavras-chave:
Biomateriais, Celulose bacteriana, Celulose vegetal, Coberturas comestíveis, SustentabilidadeResumo
Os resíduos agroindustriais ricos em celulose produzidos em larga escala promovem alto impacto ambiental. Isso pode ser minimizado através da utilização em desenvolvimento de novos produtos, contribuindo para sistemas alimentares sustentáveis. Nesta revisão são apresentados resíduos agroindustriais com potencial para obtenção deste polissacarídeo, além do aproveitamento de celulose no desenvolvimento de novos produtos como: filmes e/ou revestimentos comestíveis em substituição a embalagens convencionais. O rendimento da celulose vegetal obtido de resíduos agroindustriais variou de 56,5% (resíduos do açafrão) a 93,1% (cascas de milho), enquanto a obtenção de celulose bacteriana (CB) a partir de resíduos variou de 1g/L (1% de resíduo de acerola) a 6,7 g/L (hidrolisado da casca de kiwi), com média de rendimento de 3,07 g/L. A celulose também pode ser utilizada como matéria prima no desenvolvimento de novos produtos biodegradáveis, como: nanocelulose e derivados hidrofílicos de celulose. A obtenção da celulose por resíduos permite produções industriais sustentáveis e aplicações inovadoras no setor alimentício de embalagens e de revestimentos. Todavia, nota-se a escassez de estudos que envolvam padronização de processos fermentativos e as melhores condições de produção de CB que resultem em maior rendimento e uso de forma integral, como fonte de fibras em alimento e/ou como ingrediente.