Invertebrados associados a detritos de macrófitas aquáticas em área úmida subtropical do Sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.31512/persp.v.44.n.165.2020.84.p.33-46Palavras-chave:
Pistia stratiotes, Salvinia herzogii, Eichhornia crassipes, Áreas Úmidas Subtropicais, Degradação FoliarResumo
Macrófitas aquáticas são abundantes em ecossistemas rasos da Planície Costeira do Rio Grande do Sul. A velocidade de decomposição dessas plantas é regulada pela qualidade nutricional do detrito, pela presença de compostos inibidores de fitófagos e presença de invertebrados fragmentadores. Em sistemas subtropicais e tropicais, é relatada a virtual ausência de fragmentadores participando desse processo. Este estudo teve como objetivo principal avaliar a decomposição de três espécies de macrófitas aquáticas em uma área de banhado no Sul do Brasil. Foram medidos concentração de carbono e nitrogênio, teores de polifenóis e a comunidade de invertebrados, classificando-os em grupos tróficos funcionais. Os resultados demonstraram que a planta com maior concentração de nitrogênio e menor teor de polifenóis teve a maior velocidade de decomposição. A comunidade de invertebrados associados teve baixa presença de fragmentadores e maior abundância de raspadores. Sugerimos que o papel de fragmentação de detritos por invertebrados em áreas úmidas subtropicais pode estar sendo subestimado. Provavelmente, o detrito não está sendo utilizado como recurso alimentar, mas os mecanismos de comportamento alimentar de organismos raspadores auxiliam na quebra da matéria orgânica nesses sistemas, incrementando a velocidade de degradação.