Tessituras pós-modernas em respiração artificial, de Ricardo Piglia e à mão esquerda, de Fausto Wolff
DOI:
https://doi.org/10.31512/persp.v.44.n.168.2020.38.p.93-104Palavras-chave:
Pós-modernismo, Literatura Comparada, Metaficção HistoriográficaResumo
Observando as questões pós-modernas ligadas à literatura contemporânea, bem como o apelo comparatista, tão em voga na atualidade, este artigo busca subsidiar brevemente algumas particularidades da metaficção historiográfica e analisar aspectos da pós-modernidade sobre os corpus-escritos de duas obras em particular: Respiração Artificial, de Ricardo Piglia (2010) e À mão esquerda, de Fausto Wolff (2007). Das obras em questão pretende-se extrair pequenas características que são costumeiramente consideradas pós-modernas, como a rediscussão de aspectos históricos, fundamentais para a história recente dos dois países de onde as obras provêm: Argentina e Brasil; o multiperspectivismo, pela clara evidência de que se contrastam diferentes formas de enxergar determinado fato ou história; e a fragmentação, onde a inferência do leitor se torna mais necessária, que se somarão à metaficção historiográfica para constituir uma análise pós-moderna dos dois romances. Como constructo básico para essas reflexões, serão utilizados autores como Eco (2002) e Hutcheon (1991). Ademais, a análise se dará de forma qualitativa em abordagem bibliográfica, observando algumas dessas características nos romances e ressaltando sua importância para a constituição da obra literária.